
Na ação, Átila Nunes também pediu ao Ministério Público que o prefeito devolva o dinheiro público usado na realização do evento.
Por Andréa Ferreira
O relator da CPI da Intolerância Religiosa, na Assembleia Legislativa do Rio, Átila Nunes ( PSD ), entrou com duas representações no Ministério Público na manhã desta segunda-feira ( 23 ) contra o pastor Felipe Valadão e o prefeito de Itaboraí, Marcelo Delaroli, por disseminação de ódio religioso e uso de dinheiro público privilegiando uma religião nas comemorações do aniversário da cidade.
“Esse absurdo que aconteceu em Itaboraí é o reflexo da política do “terrivelmente evangélico”. O prefeito de Itaboraí, assim como muitos prefeitos pelo país, usa recursos públicos para promoverem shows gospels para atender aos vereadores da bancada religiosa. Assim também tem sido no Congresso e nas Assembleias Legislativas”, afirmou Átila Nunes.

O relator da CPI da Intolerância Religiosa pede o ressarcimento de R$ 145 mil reais gastos no show gospel, bem como a condenação do prefeito no mesmo valor. O dinheiro será destinado às vítimas de intolerância religiosa.
Além da ação no Ministério Público, Átila Nunes entrou com representação na Decradi, delegacia especializada em crimes de intolerância religiosa, pedindo que a polícia também instaure um inquérito para investigar as ameaças feitas publicamente pelo pastor de fechar os terreiros de umbanda e candomblé, que funcionam em Itaboraí.
A coordenadoria de Diversidade Religiosa da Prefeitura do Rio divulgou uma nota de repúdio contra o ato de intolerância ocorrido na última quinta-feira.
“Nos solidarizamos com os religiosos de matrizes africanas do município de Itaboraí, os quais sofreram ataques preconceituosos durante um show que comemorava o aniversário da cidade. O preconceito religioso possui um viés étnico racial e precisa ser banido de nossa sociedade. Entendemos que o respeito a todos os credos é a base da cidadania e que a laicidade é um patrimônio da democracia”, declarou o coordenador executivo da Diversidade Religiosa no Rio, Pai Márcio de Jagun.
O crime de intolerância religiosa prevê pena de 1 a 3 anos de reclusão e multa.